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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Review | The Americans 2x09: "Martial Eagle"


Por Luiz Alexandre

[TEXTO CONTÉM SPOILERS]

Finalmente Phillip e Elizabeth conseguem entrar no campo de treinamento dos Contra, Paige leva os pais a igreja e Stan Beeman começa a estabelecer ligações sobre a ação soviética nos EUA e o assassinato de Jeanne e Emmett. 


Logo de cara nesse episódio entramos no campo de treinamento dos Contra, nicaraguenses que a serviço dos EUA tem o objetivo de minar a revolução comunista na Nicarágua. Phillip e Elizabeth tem a missão de expor o lugar ao mundo, no entanto para que a presença dos dois não fosse alertada, tanto Phillip quando Elizabeth acabam matando alguns oficiais. Phillip é o que mais fica abalado com as mortes envolvidas nessa missão. Primeiro por matar um jovem oficial que o flagrou tirando fotos do campo e logo após fica frustrado ao retornar ao local onde deixou o caminhoneiro amarrado e o encontra morto. As mortes acabam pesando na consciência de Phillip de uma forma que ele não consegue lidar. Durante todo o episodio ele está sempre cabisbaixo ou extremamente irritado. 


Quem vira alvo da ira de Phillip é Paige. A filha deles consegue levá-los a um culto na igreja. Lá os Jennings conhecem o pastor que agradece a doação em dinheiro feito por Paige. Em casa, Paige é questionada pelos pais que querem entender porque ela doou toda as suas economias para igreja. Ela diz que servirá para obras assistências, mas Phillip se irrita e questiona porque Jesus merece mais o respeito dela do que seus próprios pais. Phillip grita, rasga páginas da Bíblia e joga o livro no chão. Sabemos que religião não é algo apreciado pelos comunistas soviéticos e Elizabeth e Phillip demonstram isso, na verdade, Elizabeth é a que mais se sente incomodada, mas nesse episódio, Phillip não agüenta a carga da última missão e está descarregando em todos ao seu lado, inclusive na filha. Paige ainda é repreendida pela mãe que tenta lhe dar uma lição sobre a vida. 

Nada mais detém Stan Beeman. O agente do FBI continua suas investigações sobre os soviéticos nos EUA e se reúne com alguns especialistas em tecnologia que revelam uma reunião que houve em Alexandria, Virginia, sobre projetos secretos do governo com o Departamento de Defesa e duas empresas, Lockheed e Northrop, que disputam contratos governamentais. Stan procura qualquer conexão e passa a questionar todos as pessoas ligadas aos projetos para encontrar qualquer fraqueza que possa ser explorada pelos soviéticos. Ajudando Stan, Martha entrega a ele além dos documentos sobre a tal reunião, relatórios policiais do dia do encontro que remetem ao assassinato de Jeanne, Emmett e a filha deles. Beeman pede todos os arquivos sobre o caso e não descarta a possibilidade do assassinato estar ligado a qualquer ação soviética naquele dia. Enquanto no trabalho as coisas começam a ganhar forma, em casa Stan terá que lidar com a partida de sua mulher, Sandra, que o deixa para passar um tempo com outro homem.

Quero destacar dois momentos desse episódio que me empolgaram: primeiro, o encontro de Frank Gaad e Arkady Ivanovich num café. O encontro entre os dois não havia sido combinado, Gaad surpreende o diretor da Rizendatura e o coloca contra a parede falando que está preste a perder o emprego no FBI e que ainda podia ser preso pela morte do diplomata soviético e caso isso acontecesse, iria levar a publico o depoimento de Richard Petterson sobre seu rapto e tortura por agentes ilegais da KGB. Foi muito legal ver essas duas potencia se enfrentarem, pois ambos representam um embate de poder característico da Guerra Fria, eles assumes postos de chefia em órgãos do governo e desde sempre estavam por trás das operações que vemos na série. 

Outro ponto que marcou muito esse episódio foi o comportamento de Phillip. Após as mortes vivenciadas na missão de infiltração da base dos Contra, Phillip ficou bastante atordoado. Ter matado o jovem oficial no campo provavelmente o fez lembrar da morte dos 160 marujos soviéticos na tragédia do submarino que de alguma forma ele se sente responsável – já que foi ele quem enviou os dados dos propulsores que provocou a tragédia. Logo após, como Clarck, mostra a Martha a gravação montada por ele, onde o Gaad com alguns colegas do escritório falam mal da aparência de Martha. Ela fica arrasada, mas Phillip consegue que Martha fique cada vez mais focada em ajudá-lo em conseguir informações diretas do FBI, mas sabe que a feriu profundamente com a gravação. Com todas suas ações justificadas pela causa soviética, Phillip fica com a consciência pesada e quando vai a igreja e confronta o pastor, podemos perceber que ele não foi ali apenas para intimidar o líder religioso. “Afaste-se de minha filha”, Phillip diz, mas ele está ali em busca de perdão. Mesmo que ele não reconheça isso, mesmo que ele não acredite no perdão divino, mas naquele momento era tudo o que Phillip queria saber, se ele poderia encontrar perdão. 

Este foi um dos episódio mais empolgantes dessa temporada na minha opinião, houve momentos tensos (a invasão do campo de treinamento que talvez seja aqui um dos pontos fracos da série, já que a inserção na base nao ganhou tanto desenvolvimento), momentos de embate (Frank e Arkady), eventos sendo relacionados (a reunião com os representantes das empresas de tecnologia e o assassinato do casal da KGB) e momentos dramáticos (praticamente todas as cenas com os Jennings). "The Americans" dirigi-se ao seu fim de temporada de forma excepcional e empolgante.

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