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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Review | Vikings 2x05: "Answers in Blood"


Por Luiz Alexandre

[TEXTO CONTÉM SPOILERS]
 
Lagertha chega onde Auslag está refugiada e conhece os filhos dela com Ragnar, mas não há muito tempo para cortesias, pois logo todos estão reunidos para tramar um golpe contra Jarl Borg. O plano criado é forçar a saída Borg de Kattegat incendiando as reservas de grão, dessa forma ele não teria suprimentos para o inverno. Para executar o plano contra Jarl Borg, Ragnar chama seu filho, Bjorn, para estar ao se lado. 

Num grupo de quatro, Ragnar chega a Kattegat furtivamente a noite. Na distração dos vigias, um dos homens de Ragnar acaba morto e outro ferido, mas conseguem atear fogo nos depósitos de grãos. Sem saída, resta a Jarl Borg deixar Kattegat e buscar os responsáveis pela destruição dos grãos. Durante a busca, o exército de Jarl Borg se encontra com o exército de Ragnar e o confronto é inevitável. Após uma batalha sangrenta, Jarl Borg foge e Ragnar retorna para Kattegat, onde é bem recebido junto com os outros refugiados. 


Rollo comanda uma cerimônia de sacrifício ao deus Odin e no momento que irá decapitar um dos prisioneiros de batalha, Ragnar intervém e tirando machado da mão de Rollo, entrega a Bjorn que executa o prisioneiro. Ragnar quer assumir o papel do pai que ensinará ao filho tudo o que tem que saber. Vemos isso ao final da batalha quando ele diz a Bjorn que ele tem muito a aprender e agora, ao tirar o machado da mão de Rollo e entregar ao filho, Ragnar quer que Bjorn assuma seu lugar como filho de Earl. Não podemos esquecer também das profecias que o oráculo revelou sobre o futuro de Bjorn, pois será ele a realizar grandes feitos. 

Ragnar revela ao oráculo que quer ficar com Auslag e Lagertha, mas os dois acabam conversando sobre as escolhas que Ragnar tem que fazer (ou já fez) e falam sobre a história de casamento entre Njord e Skadi. 

FATO HISTÓRICO: na mitologia nórdica, Skadi é a linda filha do gigante Þjazi, na mitologia nórdica ela era a deusa do inverno. Depois da morte de Þjazi, assassinado devido a mais uma peripécia de Loki, Skadi decide vingar-se dos Ases, que não sendo capazes de se defenderem batendo numa Mulher, resolvem reparar o mal pedindo a Skadi que casasse com um deles. Tendo em conta, unicamente os seus pés, já que o resto do corpo estava tapado, para que a sua escolha fosse aleatória, Skadi escolhe os pés mais bonitos, pensando ser os de Balder. É o Deus Njörðr que é escolhido e com quem vai viver para as montanhas gélidas e ruidosas. no entanto Njord fosse o Deus da Água das praias ele não conseguiu coabitar com o gelo de Skadi. O casamento não deu certo, pois enquanto seu esposo preferia viver nas praias e perto do mar, em Nóatún, ela preferia habitar as montanhas e os lugares altos, em Þrymheimr, antigo palácio de seu pai. Do casamento de Skadi e Njord nasceram Freya e Frey. 


Mesmo tendo Auslag revelado que ficaria incomodada com a presença de Lagertha em Kattegat, Ragnar pede a ex-esposa que fique. No entanto, Lagertha anuncia no grande salão que permite que Bjorn fique junto com o pai, mas que ela deve voltar para ao lado do marido. Thovard chega a Kattegat trazendo notícias de Wessex. Diz que o acampamento foi atacado, apenas o rei Horik e o filho conseguiram escapar e quando Ragnar pergunta sobre Athelstan, Thovard não sabe informar sobre o destino do sacerdote. 

Athelstan torna-se objeto de curiosidade do rei Egbert. Durante o julgamento de uma mulher acusada de adultério, o rei de Wessex pergunta a Athelstan como os pagãos procederiam naquele caso. O sacerdote diz que se fosse uma mulher livre, acreditariam na palavra dela e seu julgamento seria baseado no seu comportamento. Egbert então fala do direito que o marido possa ter sobre ela e o que lhe cabe fazer, mas Athelstan diz que não é assim que os pagãos agem. Questionando sobre se as leis dos pagãos seriam superiores as suas leis, Egbert ouve como resposta do sacerdote: “não em todos os casos, majestade”. As visões que atormentam Athelstan faz parte de quão divido está entre a cultura nórdica e a sua fé cristã. 

Há momentos que nos faz acreditar que de fato assumiu a religiosidade viking – como durante a missa, onde parece não comer o pão da comunhão – no entanto em outros momentos quando tem visões da virgem Maria ou se pega rezando fortemente para que Deus surja para ele. Perturbado, Athelstan, literalmente, se vê perseguido por demônios. 

Ao final temos mais um excelente episódio de “Vikings”, a série não desaponta e a cada novo episódio nossas expectativas são recompensadas. Para mim, um dos melhores trunfos da série é a abordagem da cultura viking sendo contraposta a cultura dos europeus cristãos, como a cena do julgamento, pois é uma forma inteligente de explicar ao espectador, mas sem parecer didático ou até mesmo ofendendo a inteligência de sua audiência, pois é comum no cinema, vermos filmes onde o enredo explica detalhe por detalhe, coisas sem sentido como se a audiência não tivesse inteligência suficiente para compreender. Resta esperar agora pela retaliação de Jarl Borg e o que Ragnar fará a respeito do que houve em Wessex. Esperemos pelos próximos episódios.

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